Adeus ó minha aldeia
Adeus manos risonhos
Pais levam na ideia
Adeus casa dos meus sonhos.
A sorte me exigia
Tive de obedecer
Para a minha família
De fome não ver morrer.
Eu parti para a Cidade
A procura de trabalho
Ainda de tenra idade
Com tão pouco agasalho.
Fui mocinho de recados
E também fui jardineiro
Tudo eu fiz de bom grado
P’ra ganha algum dinheiro.
Até biscates fazia
Para dinheiro ganha
Só a ver se conseguia
Uma guitarra comprar.
Generoso o meu patrão
Sabendo o qu´ desejava
Chama-me com mansidão
E deu-me uma guitarra.
De joelhos a seus pés
Até as mãos lhe beijei
Oh que bondoso que és
E de alegria chorei
Em ser fadista sonhei
Meu sonho não foi em vão
A fadista eu cheguei.
Com a ajuda do patrão.
Nunca me arrependi
Dos meus pais ter ajudado
Meu objectivo consegui
Sinto-me realizado.
Quando a aldeia deixei
Era um puto bizarro
Quando a ela regressei
Muito bem cantava o fado
E quando me ausentava
Para o fado ir cantar
Toda a gente desejava
E quando me ausentava
Para o fado ir cantar
Toda a gente desejava
Que não tarda-se a voltar
Abraçado à guitarra
Cantava com alegria
O povo com grande garra
Fortemente me aplaudia
Pelo povo aplaudido
O filho de minha mãe
Que em tempos havia sido
Tratado por Zé-ninguém.
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