sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

UM ADEUS DE SUCESSO


Adeus ó minha aldeia
Adeus manos risonhos
 Pais levam na ideia
Adeus casa dos meus sonhos.

A sorte me exigia
 Tive de obedecer
 Para a minha família
De fome não ver morrer.

                Eu parti para a Cidade
A procura de trabalho
Ainda de tenra idade
Com tão pouco agasalho.

Fui mocinho de recados
E também fui jardineiro
Tudo eu fiz de bom grado
P’ra ganha algum dinheiro.

              Até biscates fazia
           Para dinheiro ganha
           Só a ver se conseguia
          Uma guitarra comprar.

    Generoso o meu patrão
 Sabendo o qu´ desejava
 Chama-me com mansidão
  E deu-me uma guitarra.

De joelhos a seus pés
Até as mãos lhe beijei
Oh que bondoso que és
   E de alegria chorei

 Em ser fadista sonhei
Meu sonho não foi em vão
A fadista eu cheguei.
Com a ajuda do patrão.

 Nunca me arrependi
 Dos meus pais ter ajudado
 Meu objectivo consegui
 Sinto-me realizado.

    Quando a aldeia deixei
     Era um puto bizarro
     Quando a ela regressei
      Muito bem cantava o fado
      
      E quando me ausentava
      Para o fado ir cantar
      Toda a gente desejava
      Que não tarda-se a voltar
      
      Abraçado à guitarra
Cantava com alegria
O povo com grande garra
Fortemente me aplaudia

Pelo povo aplaudido
O filho de minha mãe
Que em tempos havia sido                                                                               
Tratado por Zé-ninguém.

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