quarta-feira, 25 de agosto de 2021

 

DESFOLHADA


Recordar a desfolhada

É reviver a juventude

Onde tudo trabalhava

Com alegria e virtude.


OH quanta saudades sinto

Das noites da desfolhada

Aquelas lindas historias

Pelos  os  antigos contadas

Tinham imensa graça

Que eram muito apreciadas,


Essas tão belas historias

Contadas mesmo a primor

delas também se tirava

Grandes exemplos de amor.


E quando chegava a hora

De brindar toda agente

Lá vinha o figo passado

Com a pinga de aguardente.


Ao depois da brinda-dela

Lindas canções entoavam

E também havia aqueles

Que à desgarrada cantavam.



Que abençoado tempo

Que a trabalhar cantavam

E com muita alegria

Uns aos outros se ajudavam,


O povo era mais humilde

havia mais lealdade

Tudo quanto lhes sobravam

Com os outros partilham

Em gestos de caridade.



 

MULHER DO PICO



Lá vem ela apressada

Com a lanha à cabeça

preparar a comida

Para colocar na mesa.


Transportava agua e lanha

A sua massa fazia

Que azafama tamanha

Levava ela dia a dia.


Criava os seus filhinhos

Alegremente cantava

E também dos seus velhinhos

Era ela quem cuidava.


Uma boa dona de casa

boa esposa boa mãe

E se algo mais a perturbava

Não o cantava a ninguém.



SER MÂE

 





Ser mãe é como a videira
Quando já está florida
Da flor nasce o fruto
Com o fruto vem avida.


Ser mãe é como a videira
Que muitos cachos brotou
Sempre o melhor que pode 
Deles muito bem cuidou


Ser mãe é como a videira
Depois de ser desfolhada
Apos a sua canseira
Sente-se recompensada.


Quando chega a vendima
Muito ela entristeceu
Os seus bonitos cachos 
Não mais ela os esqueceu


Ficou Tão esmorecida 
Toda a folhagem perdeu
Gemendo dizia ela
sem os meus bonitos cachos
No mundo que serei eu?