sábado, 30 de abril de 2011

Noutros tempos

Iam homens para o campo
trabalhar o dia inteiro
por meio alqueire de milho
que valia bom dinheiro.

Trabalhavam à porfia
 para dar mais rendimento
e o patrão é que ganhava
com tanto empenhamento.

bem poucos hoje se lembram
como em tempos se vivia
como loucos trabalhavam
para o pão do dia adia.

nesse tempo tão inserto
para ter trabalho certo
só um bom trabalhador

o patrão que o explorava
no seu intimo pensava
estar-lhe a fazer um favor.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Lares antigos

                                                     

       No Pico antigamente
      tudo era tão diferente
      não se pode comparar
      esta humilde criatura
      mesmo não tendo cultura
      disso aqui vos quer falar.

   Meu Pico de casas rústicas,
   só de pedra construídas,
   feito o lar da igual pedras
   pra cozinhar as comidas.

    Um caldeirão de três pés
    sobre a grelha colocado
    debaixo lenha de faia

   onde o fogo era ateado.

   E no canto da cozinha
 quase sempre um forno havia
    onde secavam o milho
    pão e bolo se cozia.

    O redondinho tijolo
    muitas vezes era usado
    rápido cozia um bolo
    que ficava bem rosado.

    A levezinha peneira
    que peneirava a farinha
    dependurada ficava
    na parede da cozinha.

    Utensílios de madeira
    nas cozinhas se usava
    celha ou amassadeira
    onde as massas se amassava.

    Também a leve boleira
     no ar era colocada
    onde  o bolo se guardava
    que  fresco se conservava

     Era de madeira o pote
     que a água transportavam
     e o pequenino balde
     que a água dele tiravam.

    .De madeira era a celha
     para a gente se lavar,
    quarto de banho não tinham
     para se poderem banhar.

    O pequeno alguidar
    de barro era fabricado                                              onde se lavava a loiça
    que se usava com cuidado.

    Também de barro era atalha
    colocada na cozinha,
    nela se guardava a água
    muito limpa e fresquinha.                                                                          

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Vida do campo em tempos antigos



Eram caminhos cortados
agrestes e tortuosos,
ladeiras tão empinadas
que os tornavam perigosos.

Os homens rudes do campo
 passavam nestes caminho
por vezes com os seus  bois
e muitas vezes sozinhos.



Puxando o boi o ardo
lavrava-se o duro chão
onde o milho semeado
brotava em flor e em grão.

Por canádas estereitinhas
sem vontade e sem queixume,
carregavam-se os cestos
para a terra com estrume.
E nos prados verdejante
 saltitavam com deleite,
para regalo dos donos
bonitas cabras de leite.


As mansinhas ovelhas
fonte de aquecimento
As traziam p'rá  tosquia
no dia do ajuntamento.

E era à luz da candeia
 nessa vivência aldeã
que as mulheres do passado
faziam roupas de lã.




















Durante os serões do Inverno,
depois da lã preparada
com cardas e fiadeiro
era em novelos dobada.
Animavam-se os serões
com cantigas e violas
e das mãos ásperas saiam
tocas meias camisolas.

lares antigos 2

A mesa onde comiam
não era envernizada
de branca ela luzia
De tanta vez ser lavada.












Eram compridos os bancos
ao longo da mesa postos
sentados neles ficavam
sempre todos bem dispostos.

E na loiça da figueira
Caldo quente fumegava
Junta a família à ceia 
Sua fome saciava.

as casas eram modestas
e pouco ornamentadas
mas, com flores pelas festas
ficavam bem perfumadas.

Uma barra uma mesinha
prá candeia colocar
o arquibânque ou baú

prá roupa dentro guardar.

De ferro um lava-mos
a bacia segurava,
nela o rosto e as mãos
toda a gente bem lavava.

E no quarto do casal
sempre um berço havia
onde o filho pequenino
embalado adormecia.

E com a casca do milho
já depois de desfolhada,
se enchia o colchão
que bem fofinho ficava.

quando chegava o Verão
os colchões eram  lavados
postos no carros de bois
para acosta eram levados.

E, na agua da maré,
 a casca  era lavada ,
a secar ali ao   pé,
sobre as pedras branqueada .

Era uma grande folia
para os colchões ir lavar,
passava-se todo o dia
com prazer à beira-mar.






                                           






                         
              

 Com manta do  tear
 ficava a cama abafada
também a manta de trapos 
era por muitos usada.

Às vezes fico pensando,
custa-me a compreender
como tempo ia sobrando 
pra  tanta coisa fazer.

unindo folhas de a drago
grossas tranças se fazia,
com agulheta e barbante
o capacho se cosia.


Posto à porta d` entrada
para os pés nele limpar,
só assim se evitava
da casa muito sujar.

Não se usava alcatifa
 nem soalho envernizado
para se limpar o chão
com escova era esfregado

Nessas casas antigas
pouca mobília havia
mas nelas as criancinhas
brincavam com alegria.


Com tanta dificuldade
que nesse tempo havia
os velhos e a mocidade
viviam em harmonia. 
                                                                           

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Tempos dificeis












Antigamente as crianças
infância  não podiam ter,
começavam de pequenos
a trabalhar pra viver.  

Quantos não tinham escola!
bem contra a sua vontade
iam trabalhar nos campos ,
tal era a necessidade...

Qualquer jovem dessa época
já era homem maduro,
feito à custa do trabalho
sempre difícil e duro.

Até mesmo os velhinhos
apoiados num bordão
pelos  campo caminhavam
a trabalhar de alvião.

Não havia reformados
nem trabalho juvenil
cada qual como podia
levava água ao seu cantil.

Também quase analfabeta
sou,pela mesma razão
de ter vivido criança
nessa antiga geração..



                                                                                                                    

terça-feira, 5 de abril de 2011

Vida do campo Antigamente

Entre moinhos e atafonas













Velhos moinhos de vento
prestáveis a muita gente,
serviam com  seu encanto
O povo de antigamente.

as palhetas a rodar
logo pela manhãzinha
dando movimento às Mós
que faziam a farinha

Quando não soprava o vento
o moinho não moía;
do boi e da atafona
muita gente se valia.












Mas pra quem não tinha gado
dava-lhe mais que fazer,
na atafona de mão
é que tinha de moer.