segunda-feira, 26 de dezembro de 2011



ÁRVORE DE NATAL

Quem me dera que eu fouce
Uma árvore tão frondosa
Em vez de bolas quartinhos
Que pudesse albergar
Os pobres mais pobrezinhos.

Com raízes tão profundas                              
Que delicias germina-se
E que a todos os famintos
Sua fome saciasse.

Uma árvore de sossego
De paz e harmonia
Que a todo o degredo
Transmitisse alegria.

Assim podia clamar
Que era árvore do Natal
E que o nosso Deus Menino
Ama a todos por igual

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Não temas


Não tenhas medo
tem confiança
põe no teu Deus
tua esperança
se assim fizeres
então verás
que ele para ti tem
amor e paz

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

SABEDORIA




Dizem que p`ra bem saber 
na mocidade se aprende
nisso eu não quero crer
mas há quem não compreende.

Aprendi na  mocidade 
e nisso me esmerei 
cheguei à terceira idade
 aprender continuei.

A vida é uma aprendizagem
no passar do dia a dia
quanto mais longa a viagem
maior a sabedoria.

terça-feira, 30 de agosto de 2011



          UMA IDOSA


De idade avançada
e um pouco combalida
desejando mais saber
não me dei por vencida.

Fui de novo estudar
para ver se conseguia
ainda poder desfrutar
da nova tecnologia..

Não se deve ignorar
 o que a vida nos promete
já me encontro a  navegar
um pouco na Internet.

Plos muitos anos que tenho
a Deus estou agradecida
pelo novo desempenho
mesmo já no fim da vida.

terça-feira, 12 de julho de 2011

ANGUSTIA

A chuva caia
O vento crescia
O mar se agitava
E ela chorava
De tristeza e dor
Sobre as ondas navegava
O seu grande amor
O filho embalava
A criança sorria
Do que se passava
Nada pressentia
Aflita à porta chegava
O  sussurro do mar
Que a perturbava
Para dentro voltava
Sem saber que fazer
Chorando dizia
Meu rico marido
Não mais te vou ver
Ele lá fora remando
Com as ondas lutando
Para regressar
As forças faltando
Tão desanimado
Pôs a rezar.
Na mulher e no filho
Voltou a pensar
Assim aconteceu
 Forças ganhou
Com o mar lutou
E as ondas venceu
Quando a terra chegou
 Até o chão beijou
Para casa apressado
O marinheiro voltou
Quando em casa entrou
Com o filho nos braços
Tão desolada
Com o filho nos braços
A mulher encontrou
A eles se abraçou
Como uma criança
O  marinheiro chorou.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

PADRE DO MEU TEMPO...



Quero aqui recordar
um padre bastante  antigo
qu`era excelente pessoa 
do povo muito amigo.

o bom do padre Tomás
na missão que assumiu
ao povo da Madalena 
por muitos anos serviu.

de crianças  rodeado
com grande satisfação
era este o trajo usado
na primeira comunhão

quarta-feira, 8 de junho de 2011

VILA DA MADALENA...




Esta pequenina Vila ,
sossegada e amena
recebeu há muitos anos
o nome de Madalena.

Aos poucos foi alargando 
já muito ela evoluiu
porque o seu povo de garra
 p´ra isso contribuiu.

É minha Vila  Princesa
que no Pico muito brilha
a mais bela de certeza
que existe cá na Ilha.

terça-feira, 7 de junho de 2011

PASTORES DE ANTIGAMENTE

Logo pela manhãzinha
para o mato caminhavam
com as canecas às costas
muitos caminhos andavam.

Não havia roçadoras
para as pastagens roçar,
com uma luva e foicinho
tinham que as trabalhar.

quando o Inverno chegava
havia mais sofrimento,
p'ro mato se caminhava
quer fizesse chuva ou vento.

Nem tão pouco havia silo
para o gado alimentar,
era com o pasto seco
que usavam para o tratar.

Transportes não existiam
sempre a pé eles andavam,
frio, calor e chuva...
todo o tempo enfrentavam.

Se uma vaca lhes morria
parecia tudo acabado,
nesse tempo não havia
subsidio do Estado.

domingo, 22 de maio de 2011

HEROI DO POVO...















Um filho da nossa terra
não deve ser esquecido                                            o Gilberto Mariano
do povo muito querido.

Ricos e pobres serviu,
não fazendo distinção;
era um homem honesto
e de grande coração.

Não tinha muito dinheiro ,
pouca abundância na mesa
era na alma que tinha
a sua maior riqueza.

Foi lhe merecida uma estátua
que lembrasse no presente
esse bom homem do Pico
cepa sã da nossa gente.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

TRAJO TÍPICO.














Este é o trajo típico
desse bom povo do Pico
em tempos que já lá vão:
as pessoas bem trajadas
e no trajo recatadas
como era de tradição.

O povo de antigamente
orava frequentemente
e em Deus acreditava;
era Deus o pai eterno
que criou Céu e Inferno
premiava e castigava...

Nesse tempo andar despido
 não lhes era permitido
porque isso a Deus ofendia,
cumpria-se o mandamento,
tendo Deus no pensamento
vivia-se em alegria

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Maroiços...












Nesta fronteira do Pico
o solo nunca foi rico
para nele semear,
por ser escasso o terreno
foi-se a pedra revolvendo
p`ra do pó a separar.

Pedras leves e pesadas
à cabeça transportadas
p`ra locais apropriados...
com trabalhos e esforços
se fizeram os maroiços
que hoje são apreciados.

Digo cá por meu intento:
é um rico monumento
um maroiço preservado,
cada qual uma relíquia.
testemunha de fadiga
dessa gente do passado!

Trabalhando ao relento
num ritmo árduo e lento
o picaroto esforçado
foi assim que conseguiu
ganhar terrenos que abriu
p`ra manejar o arado.

Esse bom povo antigo,
com muito orgulho digo,
persistente e resignado,
 muito de pique cavou
e suas mãos calejou
na rabiça do arado.

Nesse tempo mais que inserto
o bom povo analfabeto
usava imaginação
e para sobreviver
conseguiu até fazer
d`entras pedras brotar pão

quinta-feira, 5 de maio de 2011

SOU DO TEMPO EM QUE...

Ainda sou desse tempo
que em tudo se poupava
para a mistura da massa
a batata se raspava.

com a iscasses do petróleo
para a candeia acender
quantas vezes se deitavam
antes de anoitecer.

Uma quarta de açúcar
que se chegava a comprar
numa casa de família
o seu café temperar.

Um pouquinho de sabão
prá roupa poder lavar
essas mulheres de então
muito tinham que a esfregar.

Nesse tempo tão escasso
que  vida dificultada
era grande o cansaço
para adquirir quase  nada.

Um ramalhete de funcho
fazia sopa saborosa
uma batata assada
era tão deliciosa.

até mesmo o bugango
que era sustento do gado
 numa sopa  de feijão
era muito apreciado.

Com pouco se contentavam
por melhor não haver
mas sorriam e cantavam
felizes pareciam ser.

Quando hoje se barafusta
que está mau para viver
eu só digo Deus do céu
que estará prá acontecer.

sábado, 30 de abril de 2011

Noutros tempos

Iam homens para o campo
trabalhar o dia inteiro
por meio alqueire de milho
que valia bom dinheiro.

Trabalhavam à porfia
 para dar mais rendimento
e o patrão é que ganhava
com tanto empenhamento.

bem poucos hoje se lembram
como em tempos se vivia
como loucos trabalhavam
para o pão do dia adia.

nesse tempo tão inserto
para ter trabalho certo
só um bom trabalhador

o patrão que o explorava
no seu intimo pensava
estar-lhe a fazer um favor.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Lares antigos

                                                     

       No Pico antigamente
      tudo era tão diferente
      não se pode comparar
      esta humilde criatura
      mesmo não tendo cultura
      disso aqui vos quer falar.

   Meu Pico de casas rústicas,
   só de pedra construídas,
   feito o lar da igual pedras
   pra cozinhar as comidas.

    Um caldeirão de três pés
    sobre a grelha colocado
    debaixo lenha de faia

   onde o fogo era ateado.

   E no canto da cozinha
 quase sempre um forno havia
    onde secavam o milho
    pão e bolo se cozia.

    O redondinho tijolo
    muitas vezes era usado
    rápido cozia um bolo
    que ficava bem rosado.

    A levezinha peneira
    que peneirava a farinha
    dependurada ficava
    na parede da cozinha.

    Utensílios de madeira
    nas cozinhas se usava
    celha ou amassadeira
    onde as massas se amassava.

    Também a leve boleira
     no ar era colocada
    onde  o bolo se guardava
    que  fresco se conservava

     Era de madeira o pote
     que a água transportavam
     e o pequenino balde
     que a água dele tiravam.

    .De madeira era a celha
     para a gente se lavar,
    quarto de banho não tinham
     para se poderem banhar.

    O pequeno alguidar
    de barro era fabricado                                              onde se lavava a loiça
    que se usava com cuidado.

    Também de barro era atalha
    colocada na cozinha,
    nela se guardava a água
    muito limpa e fresquinha.                                                                          

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Vida do campo em tempos antigos



Eram caminhos cortados
agrestes e tortuosos,
ladeiras tão empinadas
que os tornavam perigosos.

Os homens rudes do campo
 passavam nestes caminho
por vezes com os seus  bois
e muitas vezes sozinhos.



Puxando o boi o ardo
lavrava-se o duro chão
onde o milho semeado
brotava em flor e em grão.

Por canádas estereitinhas
sem vontade e sem queixume,
carregavam-se os cestos
para a terra com estrume.
E nos prados verdejante
 saltitavam com deleite,
para regalo dos donos
bonitas cabras de leite.


As mansinhas ovelhas
fonte de aquecimento
As traziam p'rá  tosquia
no dia do ajuntamento.

E era à luz da candeia
 nessa vivência aldeã
que as mulheres do passado
faziam roupas de lã.




















Durante os serões do Inverno,
depois da lã preparada
com cardas e fiadeiro
era em novelos dobada.
Animavam-se os serões
com cantigas e violas
e das mãos ásperas saiam
tocas meias camisolas.

lares antigos 2

A mesa onde comiam
não era envernizada
de branca ela luzia
De tanta vez ser lavada.












Eram compridos os bancos
ao longo da mesa postos
sentados neles ficavam
sempre todos bem dispostos.

E na loiça da figueira
Caldo quente fumegava
Junta a família à ceia 
Sua fome saciava.

as casas eram modestas
e pouco ornamentadas
mas, com flores pelas festas
ficavam bem perfumadas.

Uma barra uma mesinha
prá candeia colocar
o arquibânque ou baú

prá roupa dentro guardar.

De ferro um lava-mos
a bacia segurava,
nela o rosto e as mãos
toda a gente bem lavava.

E no quarto do casal
sempre um berço havia
onde o filho pequenino
embalado adormecia.

E com a casca do milho
já depois de desfolhada,
se enchia o colchão
que bem fofinho ficava.

quando chegava o Verão
os colchões eram  lavados
postos no carros de bois
para acosta eram levados.

E, na agua da maré,
 a casca  era lavada ,
a secar ali ao   pé,
sobre as pedras branqueada .

Era uma grande folia
para os colchões ir lavar,
passava-se todo o dia
com prazer à beira-mar.






                                           






                         
              

 Com manta do  tear
 ficava a cama abafada
também a manta de trapos 
era por muitos usada.

Às vezes fico pensando,
custa-me a compreender
como tempo ia sobrando 
pra  tanta coisa fazer.

unindo folhas de a drago
grossas tranças se fazia,
com agulheta e barbante
o capacho se cosia.


Posto à porta d` entrada
para os pés nele limpar,
só assim se evitava
da casa muito sujar.

Não se usava alcatifa
 nem soalho envernizado
para se limpar o chão
com escova era esfregado

Nessas casas antigas
pouca mobília havia
mas nelas as criancinhas
brincavam com alegria.


Com tanta dificuldade
que nesse tempo havia
os velhos e a mocidade
viviam em harmonia. 
                                                                           

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Tempos dificeis












Antigamente as crianças
infância  não podiam ter,
começavam de pequenos
a trabalhar pra viver.  

Quantos não tinham escola!
bem contra a sua vontade
iam trabalhar nos campos ,
tal era a necessidade...

Qualquer jovem dessa época
já era homem maduro,
feito à custa do trabalho
sempre difícil e duro.

Até mesmo os velhinhos
apoiados num bordão
pelos  campo caminhavam
a trabalhar de alvião.

Não havia reformados
nem trabalho juvenil
cada qual como podia
levava água ao seu cantil.

Também quase analfabeta
sou,pela mesma razão
de ter vivido criança
nessa antiga geração..



                                                                                                                    

terça-feira, 5 de abril de 2011

Vida do campo Antigamente

Entre moinhos e atafonas













Velhos moinhos de vento
prestáveis a muita gente,
serviam com  seu encanto
O povo de antigamente.

as palhetas a rodar
logo pela manhãzinha
dando movimento às Mós
que faziam a farinha

Quando não soprava o vento
o moinho não moía;
do boi e da atafona
muita gente se valia.












Mas pra quem não tinha gado
dava-lhe mais que fazer,
na atafona de mão
é que tinha de moer.                                                         

quinta-feira, 31 de março de 2011

Falando com Deus

   
               Julgo que não merecia
               tanto que tenho penado,
               por tudo o que já sofri,
               meu Deus sejas tu louvado.

               E por todas as angústias,
               por todo o meu sofrimento,
               dai-me senhor o perdão
                fruto do arrependimento.

                E nas horas de alegria,
                com algum sabor a mel,
                ajudai-me ó senhor
                a vos ser sempre fiel.

        

quarta-feira, 30 de março de 2011

ÀS MINHAS NETAS




Minhas netas açucênas
a despontar num jardim,
sejam louras ou morenas,
são as mais belas p'ra mim.

Oh quantas saudades sinto
das minhas netas ausentes!
nessa paixão que consinto
trago-as sempre presentes.

Quando ainda pequeninas
pareciam avezinhas
sempre a mim aconchegadas,

todo o carinho lhes dava
e no colo as afagava
com minhas mãos calejadas.

terça-feira, 29 de março de 2011

ESPELHO MEU


Eu sou clara como água
da mais pura, transparente,
se tenho alguma mágoa
dá por isso toda a gente.

Quando sinto alegria
sorrio a quem por mim passa
mas estando deprimida
fico logo sem mais graça.

A montanha é meu espelho
e a ela me assemelho,
que, sem palavra dizer.

A ninguém fico enganando,
a todos vai indicando
se vem sol ou vai chover.

quinta-feira, 24 de março de 2011

AÇORES

Mapa dos Açores
Paisagens encantadoras


Belas Ilhas encantadas,
por tanto mar separadas,
nove irmãnzinhas dispersas,
de famílias povoadas,
alegre e animadas
com romarias e festas.

Estas pequeninas ilhas
guardam muitas maravilhas
dignas de contemplação
são bonitas e airosas
como pérolas preciosas
que brilham na escuridão.

Cada qual tem seus encantos
em festejos e recantos
de belezas naturais;
quem as vê não as esquece
e quanto mais as conhece
deseja conhecer mais.

Gonçalo, o povoador
dos Açores foi senhor
por mandado de El-Rei,
a estas ilhas de bruma
deu o nome uma a uma,
foi o juiz e a lei.

Quem às nossas ilhas vem
gosta e sente-se bem,
a tudo dando louvores,
ficam gratos e encantados
por serem tão bem tratados
pelo povo dos Açores.

quarta-feira, 23 de março de 2011

O SABOR DA POESIA




Saboreio a poesia
como água de  beber
o que mais me arrelia
melhor não saber fazer.

Saboreio a poesia
como o sol que me aquece
pouco saber conjuga-la
bastante me  entristece.

Saboreio a poesia
como a brisa ligeira
conforta a minha alma
quando passa à minha beira.

Saboreio a poesia
como o chão que almejo
fazer dela a minha vida
era esse o meu desejo.

segunda-feira, 21 de março de 2011

PRIMAVERA








Brilha o sol com mais calor,
será já a primavera
que à natureza da cor?
Oh meu Deus quem a mim dera.

Despontam flores nos montes,
há mais verde na campina,
sussurro águas nas fontes
no ar aclara a neblina...

Belos prados verdejantes
vicejando à luz do dia,
os pastores radiantes
vão  subindo a serrania.

cantam ,cantam passarinhos
voando sem ter sossego
 vão construindo  os seus ninhos
onde fazem aconchego.

Não há   estação assim
tão bela e colorida
na primavera é que sim
nasce o fruto nasce a vida!

O MAR




Ó mar imenso, de água ondulante,
em ti bailam as ondas uma a uma,
sopr`o vento suspiros de gigante
atiçando o furor da tua espuma.

Se, calmo, tens murmúrios de canção
e,na voz,um sussurro tão ligeiro...
olhando essa beleza e mansidão
em ti vejo um amigo verdadeiro.

Saltitando sobre as rochas vou indo,
fascinada de calmo azul  infindo,
quando um murmúrio faz-me despertar.

Vem já alta a maré, sempre subindo,
trazer-me esse desejo breve e lindo
de como a gaivota poder voar.

domingo, 20 de março de 2011

ILUSÕES DA INFÂNCIA


Quando eu era pequenina
Era rebelde e traquina
Como outra qualquer criança


No meu íntimo sentia
Uma enorme fantasia
Que m,  enchia d, esperança.


Tudo à volta me sorria,
Até mesmo parecia
Que era feliz toda a gente.


Tanta florzinha a brilhar
No mundo como em altar
Que tivesse Deus presente.


A pouco e pouco crescendo
É que foi compreendendo
Que o mundo não era assim.


Tudo é tão diferente:
Maltratam o inocente,
Há muita gente ruim...


Quando vim entender 
O que o mundo vem a ser
Fiquei tão desiludida.


De que serve acreditar 
No que andam a apregoar
Se é tudo uma mentira?!


Ó, meu Deus, como eu queria 
Que o mundo fosse um dia
Tal qual imaginei:


Em cada rosto um sorriso,
Que não fosse ele um suplicio...
Mas em tudo me enganei.