quinta-feira, 31 de março de 2011
Falando com Deus
Julgo que não merecia
tanto que tenho penado,
por tudo o que já sofri,
meu Deus sejas tu louvado.
E por todas as angústias,
por todo o meu sofrimento,
dai-me senhor o perdão
fruto do arrependimento.
E nas horas de alegria,
com algum sabor a mel,
ajudai-me ó senhor
a vos ser sempre fiel.
quarta-feira, 30 de março de 2011
ÀS MINHAS NETAS
Minhas netas açucênas
a despontar num jardim,
sejam louras ou morenas,
são as mais belas p'ra mim.
Oh quantas saudades sinto
das minhas netas ausentes!
nessa paixão que consinto
trago-as sempre presentes.
Quando ainda pequeninas
pareciam avezinhas
sempre a mim aconchegadas,
todo o carinho lhes dava
e no colo as afagava
com minhas mãos calejadas.
terça-feira, 29 de março de 2011
ESPELHO MEU
Eu sou clara como água
da mais pura, transparente,
se tenho alguma mágoa
dá por isso toda a gente.
Quando sinto alegria
sorrio a quem por mim passa
mas estando deprimida
fico logo sem mais graça.
A montanha é meu espelho
e a ela me assemelho,
que, sem palavra dizer.
A ninguém fico enganando,
a todos vai indicando
se vem sol ou vai chover.
quinta-feira, 24 de março de 2011
AÇORES
Belas Ilhas encantadas,
por tanto mar separadas,
nove irmãnzinhas dispersas,
de famílias povoadas,
alegre e animadas
com romarias e festas.
Estas pequeninas ilhas
guardam muitas maravilhas
dignas de contemplação
são bonitas e airosas
como pérolas preciosas
que brilham na escuridão.
Cada qual tem seus encantos
em festejos e recantos
de belezas naturais;
quem as vê não as esquece
e quanto mais as conhece
deseja conhecer mais.
Gonçalo, o povoador
dos Açores foi senhor
por mandado de El-Rei,
a estas ilhas de bruma
deu o nome uma a uma,
foi o juiz e a lei.
Quem às nossas ilhas vem
gosta e sente-se bem,
a tudo dando louvores,
ficam gratos e encantados
por serem tão bem tratados
pelo povo dos Açores.
quarta-feira, 23 de março de 2011
O SABOR DA POESIA
Saboreio a poesia
como água de beber
o que mais me arrelia
melhor não saber fazer.
Saboreio a poesia
como o sol que me aquece
pouco saber conjuga-la
bastante me entristece.
Saboreio a poesia
como a brisa ligeira
conforta a minha alma
quando passa à minha beira.
Saboreio a poesia
como o chão que almejo
fazer dela a minha vida
era esse o meu desejo.
segunda-feira, 21 de março de 2011
PRIMAVERA
Brilha o sol com mais calor,
será já a primavera
que à natureza da cor?
Oh meu Deus quem a mim dera.
Despontam flores nos montes,
há mais verde na campina,
sussurro águas nas fontes
no ar aclara a neblina...
Belos prados verdejantes
vicejando à luz do dia,
os pastores radiantes
vão subindo a serrania.
cantam ,cantam passarinhos
voando sem ter sossego
vão construindo os seus ninhos
onde fazem aconchego.
Não há estação assim
tão bela e colorida
na primavera é que sim
nasce o fruto nasce a vida!
O MAR
Ó mar imenso, de água ondulante,
em ti bailam as ondas uma a uma,
sopr`o vento suspiros de gigante
atiçando o furor da tua espuma.
Se, calmo, tens murmúrios de canção
e,na voz,um sussurro tão ligeiro...
olhando essa beleza e mansidão
em ti vejo um amigo verdadeiro.
Saltitando sobre as rochas vou indo,
fascinada de calmo azul infindo,
quando um murmúrio faz-me despertar.
Vem já alta a maré, sempre subindo,
trazer-me esse desejo breve e lindo
de como a gaivota poder voar.
domingo, 20 de março de 2011
ILUSÕES DA INFÂNCIA
Quando eu era pequenina
Era rebelde e traquina
Como outra qualquer criança
No meu íntimo sentia
Uma enorme fantasia
Que m, enchia d, esperança.
Tudo à volta me sorria,
Até mesmo parecia
Que era feliz toda a gente.
Tanta florzinha a brilhar
No mundo como em altar
Que tivesse Deus presente.
A pouco e pouco crescendo
É que foi compreendendo
Que o mundo não era assim.
Tudo é tão diferente:
Maltratam o inocente,
Há muita gente ruim...
Quando vim entender
O que o mundo vem a ser
Fiquei tão desiludida.
De que serve acreditar
No que andam a apregoar
Se é tudo uma mentira?!
Ó, meu Deus, como eu queria
Que o mundo fosse um dia
Tal qual imaginei:
Em cada rosto um sorriso,
Que não fosse ele um suplicio...
Mas em tudo me enganei.
UMA VOZ
Ouvi uma voz
a chamar por mim
abro a porta
desço ao jardim.
Olhei ao redor
ninguém avistei.
um tanto Henriqueta
também eu fiquei.
volto prá janela
pus-me a espreitar
essa voz tão bela
tinha de voltar.
Quando regressou
fiquei encantada
quem por mim chamou
foi a madrugada .
Esta madrugada
que linda que era
vinha de mão dada
com a primavera.
Que lindo colorido
de rara beleza
quão rica e bela
a mãe natureza.
quinta-feira, 17 de março de 2011
IDOSA APOZENTADA
Uma idosa aposentada
alegre bem humorada
trazia no seu intento,
que o seu melhor amigo
é bem-dito tempo.
bom amigo e conselheiro,
honesto e verdadeiro
em silencio absoluto
quantas vezes o consulto
envolta no travesseiro.
A quem diga que o tempo,
é louco e traiçoeiro
pois eu bem o compreendo,
a cada dia que passa
vai deixando o seu roteiro.
Não à mal que ele não cure,
nem tristeza que perdure
no seu breve deslizar,
lá vai ele redopiando
para lágrimas enxugar.
Toda a sabedoria,
que na vida consegui
dele eu não me lamento,
foi com o bem-dito tempo
que tudo eu aprendi.
.
terça-feira, 15 de março de 2011
AOS MEUS NETOS
Meus netos lírios do campo
Matizando verdes prados,
Sois alegria e encanto
dos meus olhos já cansados.
Pássaros d 'asas douradas
Nesse vosso esvoaçar,
Cuidado com as ciladas
Que vos podem magoar.
Voai sempre p'lo seguro
Com Deus presente e futuro
Não vos deixeis enganar.
A mocidade é tão bela
Mas se não houver cautela
podeis nela tropeçar.
UMA CANÇÃO
Somos da Ilha do Pica
alegres do coração,
viajamos animados
com muita satisfação.
Pois na nossa mocidade
não pudemos viajar,
para ganhamos pão
tivemos de trabalhar.
Viva o Pico Alteneiro
Qu`é obra do criador
Fui criada no seu ceio
com carinho e amor.
A mulher criava os filhos
e dos velhinhos cuidava,
sempre que ela podia
ao marido ajudava.
alguns dos antepassados,
nesta paz e maravilha,
de bem velhinhos morriam
sem sair da sua ilha.
A Deus nós agradecemos
por esta oportunidade
de podermos viajar
mesmo na terceira idade.
Por este bonito dia
que nos foi proporcionado
de todo o coração
o nosso muito o brigado
domingo, 13 de março de 2011
MOCIDADE
Mocidade raia o dia,
Novo sol a despertar,
Sonho louco de magia,
Noite clara de luar.
Uma nova primavera
Coração a palpitar
É a fragrância da vida
A fazê-lo despertar.
Uma fonte de segredo
A firmeza do rochedo
A vida toda a chegar...
A esse tempo e quimera
Deus meu quem a mim dera
De novo poder voltar.
quinta-feira, 10 de março de 2011
JUNTOS A FONTE
Cantando subi o monte
Desci o monte a cantar,
Sentei-me à beira da fonte
Pelo meu bem a esperar.
Quando à fonte ela chegou,
Segurando a cântarinha,
Logo para mim olhou
E ficou bem coradinha.
Senta-te aqui, linda flor
Contigo quero falar,
Dá - me um beijo por favor,
Que a sede possa matar.
Sentados sobre o rochedo
Olhando a fonte a correr
Quantas promessas de amor
Acabamos por fazer!...
UMA HISTÓRIA DE TRAIÇÃO
O Senhor Zé da eira
Um lavrador a bastado
Pelo professor da Aldeia
Era muito visitado.
Das suas famosas quintas
Belos frutos ele colhia
E dos melhores que tinha
Ao professor oferecia
Excelente professor
Culto e de fino trato
Tinha figura distinta
Apesar de ser mulato.
Homem bem-educado,
Amável com as crianças
A mulher do Zé da Eira
Também afagava as Tranças
Os vizinhos repararam
Nessa traição imoral
E logo a denunciaram
Antes que crescesse o mal.
O bondoso zé da Eira
Nunca quis acreditar
Que a mulher e o professor
O andavam a enganar.
Mas como toda a verdade
Sempre ao de cima vem,
A mulher do Zé da Eira
Ficara para ser mãe.
Ao nascer o filhinho
Tudo mudou de figura,
Pois o pobre, coitadinho,
Tinha a pele muito escura
Foi então que o Zé da Eira
Finalmente percebeu
Que um filho tão diferente
Nunca podia ser seu…
Vendo as coisas com clareza,
Chora o Zé a sua sorte
À traição sucumbindo,
À traição sucumbindo,
Cai vencido pela morte.
quarta-feira, 2 de março de 2011
MAUS HÀBITOS
É hábito muito antigo
Que existe na minha terra
Gostar de apontar o dedo
A todo aquele que erra.
Eu concordo que quem erra
Merece ser castigado
Atire a primeira pedra
Quem nunca tiver errado.
À custa da dor alheia
Há quem goste de se rir
Apontando erros aos outros
Para os seus encobrir.
Mas quando nós apontamos
Um dedo dos que a mão tem
Há quatro que ao invés
Apontam pra nós também.
Cuidados de mãe
Pega a mãe no seu filhinho
Com sentimento profundo,
Vai dizendo com carinho:
Para que estarás no mundo?
Enquanto fores pequenino
De ti sempre hei-de cuidar,
Velarei de noite e dia
Para do mal te guardar.
Mas depois de mais crescido
O mundo tens de enfrentar
São imensos os perigos
Que nele irás encontrar.
Este mundo é composto
De bons e de maus caminhos;
Não te esqueças, meu filhinho:
Não há rosas sem espinhos
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