domingo, 30 de janeiro de 2011

Alegria




Já um dia fui feliz
Numa casa pequenina;
Duas portas, três janelas
Pouco espaço ela tinha.

uma pequenina horta
e um bonito jardim
cheio de flores coloridas 
que se abriam para mim.

fazia as minhas tarefas
cozinhava sobre o lar
lavava e estendia a roupa 
que deixava a secar.

não tinha toalha a mesa
nem cortinas as janelas
era a casa decoradas
com as coisas mais singelas.

tinha a mesa sempre posta
nada abundante modesta
que o pouco entre os pobres
dá pra todos e ainda resta.

debruçava-me à janela
vendo as crianças brincar
 esperando` o meu bem 
que não tardava achegar.

trabalhando sol a sol
ainda havia devoção
 juntos erguer a Deus 
uma prece uma oração. 


Era assim antigamente
 nossa vida nosso fado
ainda tenho bem presente
Os costumes do passado.

AMOR DOENTE


O amor adoeceu
Perdido no coração
Por falta de tratamento
Está em vias d´extinção.

É o vírus da loucura,
Da ganância e vaidade
Que neste mundo perdura
P`ra sua fragilidade.

 Não se descobre vacina
Para o vírus debelar
O que será deste mundo?
Quando amor acabar.

Maior bem da humanidade
É de Deus um mandamento
Mas os homens destruíram
Esse nobre sentimento.

sábado, 29 de janeiro de 2011

LOUCURAS DA VIDA

Tinha mulher, tinha filhos
O conchego de um lar
Tinha`o pão de cada dia,
Alegria e bem- estar...

Pensei em subir na vida
Lutei muito e consegui ;
               Nessa febre da subida
Tanta gente  conheci.

Por ambição e prazer
tive aventuras imensas
E, com esse procede
 A meus fiz grandes ofensas

Cheio de  arrependimento,
Sinto-me agora um cobarde,
Tanto mal que fiz lamento
mas temo que seja tarde  

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

naufragio


Sou um barco naufragado
No mar do desalento
Pelas ondas arrastado
Fustigado pelo vento.

Não tive porto de abrigo
Nem tão pouco um braço amigo
Que me estendesse a mão.

Vou andando à deriva
Esperando por jazida
No mar da desilusão.

Malmequer do bem querer


O malmequer desfolhado
Quando ao vento lançado
Muito longe ele vai ter
É como o meu pensamento
 É mais breve que o vento
Quando tu não me vens ver.

Se de dia tempo não tens
Se quiseres de noite vens  
Eu estou sempre à janela
Vem minhas mágoas acalmar
Não me faças mais esperar
Vem amor, que a noite é bela.

No meu jardim me sentei
Um malmequer desfolhei
Sempre em ti pensando
Quando ao longe te Avistei
O que senti nem eu sei
Corri para ti voando.

Nos teus braços meu amor
Senti me como uma flor
Assim me ias chamando
E eu tão enternecida
Até mesmo adormecida
Teus beijos saboreando

Sonhos perdidos


Nós dois de mãos dadas
Num banco sentados,
Oh! Quantos projectos
Por nós programados

Sempre de mãos dadas
Subimos o monte,
             Matamos a cede
Bebendo na fonte na fonte.

Quando me abraçavas
Eu estremecia,
Quando me beijavas
Nem  sei que  sentia...

Mas tudo passou
Que desilusão!
Amargo ficou
O meu coração.

Só esta lembrança
P´ra sempre perdura
Das horas de esperança
E muita ternura.

domingo, 23 de janeiro de 2011

AMARGURADA


O sol já não passa mais à minha porta,
A lua já deixou de clarear,
As estrelas são raios de luz morta
Querem no escuro me deixar.

É tão triste viver na escuridão,
Em pisos de incerteza caminhar,
Mas anima – me a vaga sensação
De uma luz ao fundo a piscar.

A tristeza tenho por companheira
No longo caminhar da minha vida,
Por momentos sai da minha beira
Logo regressa minha´alma dorida.

Cala – me a vida uma espada de dor
No mais fundo da minha alma cravada
Já não conheço do sol o alvor
 Não desponta em mim a madrugada. 

            Em densas trevas vivo envolvida
Meu caminho é lento e aflito
P’rá minha dor não encontro saída,
Oculta-se em meu peito enorme grito

ESTOUVADO


Minha mãe diz que sou louco,
O meu pai que sou tarado,
Só por gostar de meninas!...
Mas disso não sou culpado.

Quando por elas eu passo
E me olham a sorrir
Criam-me tal embaraço,
Não consigo resistir.

Só quero viver a vida
De meninas rodeado,
Dar-lhes tudo sem medida
Do que houver arrecadado

Mesmo que fique sem nada,
Valem muito para mim
Com elas eu sou feliz.
Deixe-me viver assim

IIGNORADA


Eu nasci entre espinhos e abro-lhos
Deles não me consegui libertar
Derramando lágrimas aos molhos
Em mim ninguém veio a reparar.

 Sou aquela que passa e ninguém vê
Tão frágil como sonho de momento
Em silêncio pergunto a Deus porquê
A razão de tamanho sofrimento.

 Aquela que sorri para esconder
 Tristezas e amarguras da vida
Se chorar a certeza posso ter
Por ninguém seria compreendida.

Passo os dias baixinho soluçando
É duro engolir o sofrimento
Se a outro alguém eu o fosse contando
Seria espalhar flores ao vento.

No mundo há tanta hipocrisia
Também disso bastante me lamento
Por haver aquele que se ria
A custa de tamanho sofrimento.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

AVE AMIGA




Ave que alto esvoaça
Bem perto do firmamento
Vê se encontras por graça
Alivio pra meu tormento.

Queria eu como tu
Bem alto poder voar
E as nuvens do espaço
Meu sofrimento entregar.

Se um dia me libertasse
Desta angustia desta dor
Como borboleta voasse
Posando de flor em flor.

Navega meu coração
No mar do desalento
Como uma nau naufragada
                                   Arrastada pelo vento

Pastor

,









                                           t,  



  Sou pastor e o rebanho
 Sempre tenho vigiado
Tenho um cão por companheiro           
Para arrìmo um cajado.

Moro na encosta da Serra
 Num velho casebre escuro
Mas tenho da naturesa
 Este aroma fresco e puro.

 Da minha tosco janela
 Avisto a Aldeia vizinha,
A graciosa capela
Da milagrosa Santinha.
 Bem longe do povoado
Fico mais perto céu
 Com a lua conversando
Vivo só com o meu gado,
           O rebanho o cão e eu.

CANÇãO DA PASTORA

Canto pela manhãzinha
Canto com o sol impinado
Também canto à tardinha
Quando recolho  o meu gado.

Quando subo a Serrania
Para o gado ir pastar
Começo sempre o dia
Pela a manhã a cantar.

Quando a casa regresso, 
Com a lua a pratear,
Cantando adeus agradeço
Por saúde ele me dar.

DESABAFO


A angústia me envolveu
                                Com a cor da noite escura
No momento me senti
A mais débil criatura.

Minha estrada é um deserto
Pela vida percorrida
Me vi numa encruzilhada
Como um beco sem saída.

O sol tão encantador
Que a minha vida alegrava
Em trevas ele se tornou
Julguei que me detestava.

Quem me dera que o sol
Voltasse a sorrir pra mim
Me libertasse da angústia
Que me faz viver assim.

AMORES E DISSABORES


Chamaram-me violeta
Rosa a desabrochar,
Gota ta de agua Cristalina
Para acede saciar
Fui desejada fui querida
Fui amada com paixão
Hoje rosa desfolhada
Coberta de ingratidão.

O QUE FUI E O QUE SOU


Fui brisa e fui sol
Também fui luz e farol
E até noite de luar
Onde os que me rodeavam
Seguranças encontravam
Alegria e bem - estar.
Tantas voltas deu a vida
Sinto-me tão constrangida
Como me modifiquei
O por quê bem eu não sei
 Em pedra árida me tornei
 Talvez em rocha escarpada
 Triste manhã de geada.
 Serei vento tempestuoso?
 Quem sabe em mar alteroso?
  Que grande desilusão…
  O que era belo voou
  Do que fui já nada sou
  Só me resta a solidão.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

ILHA MORENA


 



Nasci numa Ilha pequena
De montanha elevada
Chamam-lhe Ilha morena
Mas tem encantos de fada.

Por vezes usa chapéu 
de Inverno um branco véu
Que coisa mais engraçada.

Ela chora e também ri
Maravilha igual não vi 
Noutra Ilha colocada.

QUADRAS A SÃO PEDRO


Vamos cantar a São Pedro
Enquanto a noite flutua
Com uma trança de cabelo
Amarrar o sol à lua.

São Pedro fez um Castelo
Depois mandou-o dourar
Para as moças mais bonitas
Lá dentro ele guardar.

Brincando com as estrelas
Até São Pedro sorria
                                       Entusiasmado com elas
Esperando P´lo seu dia.

São Pedro casamenteiro
Está à porta do céu
Para não deixar entrar
As noivas que não têm véu.

MINHA ILHA


Ó linda Ilha agreste
Cantinho abençoado
Em ti o sol sobe e desce
Todos os dias te beijam
As ondas do mar salgado.

Altaneira caprichosa
Eu te tenho observado
Tens sido mãe extremosa
Preexistente afectuosa
Grandes homens têm criado.

Os teus bravos marinheiros
Dotados de valentia
O mar vão desbravando
Suas ondas enfrentando
Ganha-pão de cada dia.

Camponeses corajosos
Trabalho árduo a enfrentar
        A terra vão cultivando
Com seu suor a regando
Para dela o pão tirar.

E quantos homens ilustres
Se criaram no teu seio
Padres bispos e Doutores
Professores e Engenheiros.

Os teus muitos trovadores
Não se devem esquecer
Nas noites aluaradas
Cantando ás desgarradas
Fazem guitarras gemer.

Das nove ilhas dos Açores
De todas a mais catita
O teu povo folgazão
Alegre do coração
                                 Canta e baila a chamarrita.

AMIZADE


Amizade é uma flor
Deve ser bem regada
Tem o encanto do sol por
E o brilho da madrugada.

Quando amizade é sincera
Facilmente se percebe
É como o ar que se respira
Ou a agua que se bebe.

Uma boa amizade
Não escolhe ocasião
Na maior fragilidade
Sempre nos estende a mão.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Amigas

Com amigas me desiludi
Numa hora de aflição
Grande mágoa que senti
Dentro no meu coração.

Ser amiga de uma amiga
Todo o bem lhe desejar
E no revés da vida
O seu apoio encontrar.

Quero ser sempre amiga
Em todos os momentos
Na tristeza na alegria
Sempre com bons sentimentos.

Eu já tive amizades
Em quem muito confiava
Nelas descobri maldades
                                  Com as quais eu não contava

SER POETA

Há quem julgue que o poeta
É pessoa exibida
Quantas vezes  ele nasce
De uma ilusão perdida,
Por detrás de um poeta
Há uma vida sofrida.

O letrado e o escritor
Fala do que aprendeu
O poeta e o trovador
Do que do alto recebeu.


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

SONHAR


Quantos sonhos e ilusões
Eu sonhei na mocidade
Sonhos que o vento levou
Deixando a realidade.

Sonhei com um mundo belo
De encantos e alegria
Este meu sonho singelo
Desfez-se em fantasia.

Oh mundo Pra que te mostras
Com tanta beleza e cor
Quem te percorre encontra
Tanta tristeza e dor.

CORAÇÃO AMARGURADO


É tão grande a minha dor
Que a não posso suportar
Eu julgo que ela veio
Foi para me devorar.

Oh coração flagelado
Quando tentavas sorrir
Pela sorte a atraiçoado
Te vistes a sucumbir.

A Deus tenho implorado
Por ele não fui atendido
Por isso vou carregando
Este fardo este martírio.

Eu peço ao brilho do sol         
Também à luz do luar
Peço às estrelas do céu.

Ainda aos peixes do mar
Que rompão o negro véu
Que me venham libertar.