não era envernizada
de branca ela luzia
De tanta vez ser lavada.
Eram compridos os bancos
ao longo da mesa postos
sentados neles ficavam
sempre todos bem dispostos.
E na loiça da figueira
Caldo quente fumegava
Junta a família à ceia
Sua fome saciava.
as casas eram modestas
e pouco ornamentadas
mas, com flores pelas festas
ficavam bem perfumadas.
Uma barra uma mesinha
prá candeia colocar
o arquibânque ou baú
prá roupa dentro guardar.
De ferro um lava-mos
a bacia segurava,
nela o rosto e as mãos
toda a gente bem lavava.
E no quarto do casal
sempre um berço havia
onde o filho pequenino
embalado adormecia.
E com a casca do milho
já depois de desfolhada,
se enchia o colchão
que bem fofinho ficava.
quando chegava o Verão
os colchões eram lavados
postos no carros de bois
para acosta eram levados.
E, na agua da maré,
a casca era lavada ,
a secar ali ao pé,
sobre as pedras branqueada .
Era uma grande folia
para os colchões ir lavar,
passava-se todo o dia
com prazer à beira-mar.
Com manta do tear
ficava a cama abafada
também a manta de trapos
era por muitos usada.
Às vezes fico pensando,
custa-me a compreender
como tempo ia sobrando
pra tanta coisa fazer.
unindo folhas de a drago
grossas tranças se fazia,
com agulheta e barbante
o capacho se cosia.
Posto à porta d` entrada
para os pés nele limpar,
só assim se evitava
da casa muito sujar.
Não se usava alcatifa
nem soalho envernizado
para se limpar o chão
com escova era esfregado
Nessas casas antigas
pouca mobília havia
mas nelas as criancinhas
brincavam com alegria.
Com tanta dificuldade
que nesse tempo havia
os velhos e a mocidade
viviam em harmonia.
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