O Senhor Zé da eira
Um lavrador a bastado
Pelo professor da Aldeia
Era muito visitado.
Das suas famosas quintas
Belos frutos ele colhia
E dos melhores que tinha
Ao professor oferecia
Excelente professor
Culto e de fino trato
Tinha figura distinta
Apesar de ser mulato.
Homem bem-educado,
Amável com as crianças
A mulher do Zé da Eira
Também afagava as Tranças
Os vizinhos repararam
Nessa traição imoral
E logo a denunciaram
Antes que crescesse o mal.
O bondoso zé da Eira
Nunca quis acreditar
Que a mulher e o professor
O andavam a enganar.
Mas como toda a verdade
Sempre ao de cima vem,
A mulher do Zé da Eira
Ficara para ser mãe.
Ao nascer o filhinho
Tudo mudou de figura,
Pois o pobre, coitadinho,
Tinha a pele muito escura
Foi então que o Zé da Eira
Finalmente percebeu
Que um filho tão diferente
Nunca podia ser seu…
Vendo as coisas com clareza,
Chora o Zé a sua sorte
À traição sucumbindo,
À traição sucumbindo,
Cai vencido pela morte.
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