Ainda sou desse tempo
que em tudo se poupava
para a mistura da massa
a batata se raspava.
com a iscasses do petróleo
para a candeia acender
quantas vezes se deitavam
antes de anoitecer.
Uma quarta de açúcar
que se chegava a comprar
numa casa de família
o seu café temperar.
Um pouquinho de sabão
prá roupa poder lavar
essas mulheres de então
muito tinham que a esfregar.
Nesse tempo tão escasso
que vida dificultada
era grande o cansaço
para adquirir quase nada.
Um ramalhete de funcho
fazia sopa saborosa
uma batata assada
era tão deliciosa.
até mesmo o bugango
que era sustento do gado
numa sopa de feijão
era muito apreciado.
Com pouco se contentavam
por melhor não haver
mas sorriam e cantavam
felizes pareciam ser.
Quando hoje se barafusta
que está mau para viver
eu só digo Deus do céu
que estará prá acontecer.
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